sexta-feira, 27 de março de 2009

Pediram-me 'Amizade'

'Amizade é um relacionamento humano que envolve o conhecimento mútuo e a afeição, além de lealdade ao ponto do altruísmo (...)  interesse dos amigos são parecidos, e demonstram, entre si, um senso de cooperação (...) A amizade leva a um sentimento de lealdade entre si, ao ponto de colocarem os interesses do outro à frente de seu próprio interesse. Amizade resume-se em lealdade, confiança e amor, seja fraterno ou mais profundo.

A amizade pode ter como origem, um instinto de sobrevivência da espécie, e uma necessidade de proteger e ser protegido por outros seres da espécie (...) Os amigos muitas vezes conhecem-se mais que os próprios familiares e conjuges. Funcionam quase que como um "confessionário". Para atingir esse grau de amizade, muita confiança e fidelidade são depositadas'


(aqui)


Esta foi a definição que encontrei mais exacta sobre a palavra 'amizade', após ingnorar páginas e páginas de frases patéticas sobre amizade e/ou de sites duvidosos.


Pediram-me 'amizade', fiquei confusa e procurei. Procurei nas minhas recordações, nos meus livros, no big brother 'google' e foram estas palavras soltas apenas o que encontrei. Nem sombra havia nas minhas recordações.


Segundo esta descrição e, quase todas, 'amizade' é um sentimento de 'afeição', 'protecção', 'confiança', 'lealdade', 'amor' e the last but not at all the least 'confiança'. Tenho o ousadia de perguntar: mas será seguro? Entregar tanto de nós a alguém? Existe mesmo alguém que mereça tudo isso de nós?

Nunca me faltaram tanto as palavras.

Parece que todos nos podemos vestir esta palavra. Mas os sentinentos vão e vem. O que era ontem certo hoje é uma dolorosa recordação. Quem ontem era próximo, mudou-se, hoje mora na outra margem. Se as tendências mudam todos anos, mudar de opinião não é mais uma parentese numa longa frase. Os próprios acontecimentos levam-nos muitas vezes ao longo das nossas vidas para lugares distantes. Dar-nos a um ser 'humano'? Ser de opinião volátil, interesses fúteis, principios perdidos, ganância desmedida? Entregar-nos a um ser toa complexo quanto o 'Homem'? O único capaz de fazer mal a si proprio; na hora de magoar, não se lembrará certa/ do valor da palavra. 

Preferia ser bicho, agir por sobrevivência, do que usar esse golpe milenar de iludir a presa. 

Sou amiga da solidão, desta vazio que me preenche neste momento os timpanos, desta luz tenue, que me ilumina, neste preciso instante, e que leva para longe os meus pensamentos, dores, fantasmas e paixões. Esta não tira, não conta, não trai, não parte, não desiste... está cá sempre que preciso e sei que guardará os demónios que eu lhe entrego. 

Preferia ser bicho.

Por isso e muito mais, desculpem-me desde ja se estas palavras de algum egoismo, amigos? eu, os meus pais, irmao e animais. Esses sim, nunca deixarão e deixaram, trocaram, desprezaram , esqueceram, julgaram, abandonaram e mais importante do que tudo deixaram de me amar. Alguém mais faria isso? Sou apenas mais uma...


Isto é certamente mau. Mas ja não pergunto. Já nao quero saber. Já ninguém quer. Foi uma 'avalanche' que veio e levou tudo que havia e havia a haver. Não deixou nada, senão esta necessidade de escrever, regurgitar o que tinha ca dentro, esta vontade de solidão e um profundo sono.

Aqui deixo o que foi esta 'Avalanche'.



Sem comentários: